quinta-feira, 30 de junho de 2011

O cacto
Sónia está quase a chorar. A chorar de raiva. Quer ser ela a decidir, sozinha, se vai ou não a uma festa de aniversário. Decidiu que NÃO VAI a casa de Catarina, mas a mãe insiste que se deve aceitar sempre um convite de aniversário, mais ainda quando o aniversariante é da mesma turma que nós. E quando a mãe do aniversariante é nossa amiga.
O pai compreende Sónia. Quando não gosta de ir a algum lado, ele também não vai.
— Deixa a Sónia em paz! — diz ele à mãe. — Se ela não quer ir à festa de anos, então que não vá.
— A Catarina só me convidou porque a mãe dela queria — barafusta Sónia. — Sabes muito bem. A mãe dela acha que, só por vocês serem amigas, nós também temos de ser!
É Sónia que escolhe as suas amigas e elas são todas muito diferentes de Catarina: não têm tranças sem graça, sempre do mesmo tamanho e da mesma grossura a caírem pelas costas abaixo, não usam blusas impecavelmente limpas, sem uma pontinha de sujidade, nem mesmo na gola, não usam meias altas de uma só cor, que nunca escorregam. As amigas de Sónia são barulhentas, gostam de roupas garridas e andam um pouco desarranjadas. E quando alguém precisa, estão sempre dispostas a ajudar. E Catarina?
Catarina, se tivesse um grande guarda-chuva preto, daqueles de homem, abri-lo-ia por cima do caderno para que ninguém pudesse copiar. Quando não tem a melhor nota da turma, Catarina parece ainda mais magra, mais macilenta e calada. Catarina nunca ri. É fechada como uma ostra.
— Coitada da Catarina — diz a mãe de repente. — Se não leva ‘Muito Bom’ para casa, o pai grita com ela. E a mãe não diz uma palavra. Com um marido com tão mau-génio, nem se atreve a falar. Só me admira que a Catarina possa até dar uma festa de anos. Numa casa como aquela, onde todos têm de andar em chinelos para não sujarem o chão e onde não se pode fazer barulho, porque o pai não suporta nenhum ruído!...
“Não gostava nada de ter um pai assim”, pensa Sónia. “Quando trago um “Satisfaz” para casa, o máximo que o meu diz é: — Bem, pelo menos não trouxeste nenhum ‘Não Satisfaz!’ — A Catarina é mesmo infeliz.”
A mãe já embrulhou a prenda: papel de carta com linhas fluorescentes. Há muito tempo que Sónia queria ter um assim, mas com as cores do arco-íris.
Aquilo nem faz nada o género de Catarina.
“Vou ficar com ele para mim”, pensa Sónia. “A Catarina nunca saberá o que ia receber. E de certeza que as nossas mães não vão falar do papel de carta quando se encontrarem. O que eu queria mesmo era escrever uma carta assim:
Querida mãe,
A Catarina é uma palerma. Como não tenho vontade nenhuma de ir à festa de anos de uma palerma, vou ficar no meu quarto.
Sónia
Isto era bom mas, infelizmente, não pode ser.”
Sónia pensa no que pode oferecer, em vez do papel de carta. O que gostava era de lhe dar um cacto. Um, com picos da grossura de um dedo. Sónia está a pensar naquela vez, ainda há pouco tempo, em que lhe emprestou o seu bonequinho de chumbo preferido e ela, no recreio, o deixou cair na grelha da água. E agora, em troca, vai receber um cacto cheio de picos. Um dos da colecção da mãe. Ela já nem gosta deles. Nascem como cogumelos — costuma dizer, porque a família e os amigos só lhe oferecem cactos. De certeza que a mãe não vai reparar se lhe faltar um vaso no meio dos cinquenta e nove!
Sónia escolhe um cacto pequeno e torto com muitos cabelinhos e inúmeros picos. Na ponta tem uma espécie de espinho, mole e amarelo-acastanhado. Ainda fica a pensar se não devia cortá-lo, mas acaba por deixar o cacto como está. Embrulha-o em quatro folhas de papel de seda para não se picar e põe-no junto dos chinelos de casa, dentro do saco de plástico. “Deve ser horrível ter de levar sempre cincos para casa”, pensa Sónia no eléctrico a caminho de casa de Catarina. “E ter um pai que grita e de quem todos têm medo…”
Desde que soube aquilo sobre o pai, Sónia passou a ver Catarina com outros olhos. Tem pena dela. Olha para o saco pousado entre os pés. Se calhar não devia ter trocado o papel de carta bonito pelo cacto feio. A viagem é longa e ele ainda se estraga metido no saco. De repente, Sónia lembra-se da cara que Catarina fez quando reparou que Sónia tinha colado uma cábula por baixo da carteira. Lançara-lhe um olhar ameaçador como se fosse fazer imediatamente queixa dela, mas até agora nada tinha feito.Aquilo é que fora um olhar zangado!
Não! Sónia nem sequer vai dar-lhe os parabéns. Só vai sorrir-lhe delicadamente, assim uma espécie de sorriso pequenino só do canto da boca, e apertar-lhe a mão. E dar-lhe o cacto. O cacto, que nem sequer tem perfume. O cacto, que só pica.
Sónia está em frente à casa de Catarina. Até que está muito barulho lá dentro para quem tem um pai que quer sempre silêncio….
— Ainda bem que vieste — diz a mãe de Catarina. — A Catarina vai ficar contente.
“Ora esta!” pensa Sónia. “Então ela pensou que eu não queria vir?”
Catarina vem à porta a correr. Chega a transpirar, de cabelo solto, vestida com uma camisola cor-de-rosa e umas calças verde-alface.
— Olá! — grita alegremente. — Hoje estou diferente, não é? — diz, ao ver a cara esquisita da Sónia.
— Tive autorização para escolher isto, sozinha!
Catarina aponta orgulhosamente para o rosa-choque e o verde-alface.
— Muitos parabéns — diz Sónia baixinho.
Aquela Catarina tão mudada apanhou-a completamente de surpresa.
Desembrulha o cacto com cuidado… e tem de olhar duas vezes até acreditar:
— Não é possível! — murmura Sónia.
Mas lá está ela, pequenina, delicada, amarela.
Com o calor do saco, aquilo que dantes era castanho e murcho transformara-se numa florinha amarela.
— É tão querido! — exclama Catarina. — Um cacto em flor! O meu primeiro cacto!
Catarina está sinceramente contente. Já não é uma ostra esquisita e calada. Em casa, onde não tem de se esforçar para ter cincos, é completamente diferente.
Levanta o cacto no ar e vira-o de todos os lados. Ri por sair tão torto da terra.
“É esquisito”, pensa Sónia. “Trouxe um cacto feio a uma pessoa de quem não gostava. Entretanto, o cacto tornou-se bonito e, de repente, passei a gostar dessa pessoa!”

Evelyne Stein-Fischer
13 Geschichten vom Liebhaben
München, DTV Junior, 1990
(Tradução e adaptação)
 

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Português faz descoberta para combater a SIDA

http://www.dn.pt/inicio/ciencia/interior.aspx?content_id=1881074&seccao=Sa%FAde

Banco de células para travar Parkinson

http://www.dn.pt/inicio/ciencia/interior.aspx?content_id=1882953&seccao=Sa%FAde

FRASE DO DIA

"Só existe um êxito: a capacidade de levar a vida que se quer."
A história da criança e do desenho
Certa vez, uma criança fez um desenho. Demorou muito tempo a terminá-lo e usou todos os lápis de cor que tinha. Depois, foi ter com a avó e mostrou-lho.
— O que é isto? — perguntou à avó.
— É um desenho muito bonito e cheio de cor — respondeu a avó.
— Mas o que é? — insistiu.
A avó não soube responder.
A criança foi perguntar ao avô.
— Isto é quase um Picasso — respondeu o avô a rir.
— E o que é “quase um Picasso”? — perguntou a criança.
— Um pintor — foi a resposta do avô.
— Eu também sou pintor! — disse a criança.
De seguida foi ter com a irmã mais velha.
— Usaste mesmo as cores todas! — disse ela.
— Pois foi. Mas o que é isto?
— Uma gatafunhada colorida!
A criança tirou-lhe o desenho e foi ter com o pai que estava à mesa, a ler o jornal. A criança pôs o desenho em cima do jornal e não disse nada.
— Oh! — disse o pai. — Mas isto é um arco-íris todo colorido e muito bonito! Vai de uma ponta à outra. Vai de mim até ti!
— Acertaste! — disse a criança.
Em seguida, a criança e o pai penduraram o desenho precisamente no local onde a luz do sol se reflectia na parede.

Rolf Krenzer
Freue Dich auf jeden Tag
Würzburg, Echter Verlag, 1996
(Tradução e adaptação)
 

terça-feira, 14 de junho de 2011

Aventura mais que… gigante!
Era uma vez um menino chamado Márcio. O Márcio sempre sonhara em fazer um papagaio de papel. Ele via os outros meninos a lançarem os seus papagaios de várias cores. Certo dia ele decidiu fazer o seu próprio papagaio. Um papagaio verde e alto. Depois lançou-o, mas o cordel partiu-se. Ele estava quase a tocar-lhe, quando…escorregou numa pedra gigantesca. À sua frente alguma coisa brilhava com intensidade e ele apanhou-a.
  -Uau! É um mapa e parece dizer o caminho para um…t-tesouro!!!
 O menino ultrapassou desafios em rios, lagos, florestas, sempre a seguir o caminho que o mapa lhe indicava, até chegar a uma ilha rodeada de água doce. Ele chegou até um casarão enoooooorme! Entrou, reparou que estava tudo desarrumado, aí apanhou uma argola de ferro e lá mesmo, ao fundo viu uma porta e entrou. O menino caminhava pelo chão de tábuas, quando calcou uma delas e no meio da parede abre-se uma porta e ele entra. Aí dentro descobre uma espécie de fechadura e enfiou lá a argola. Ele puxou, puxou e do meio da parede sai um bloco de betão. Lá dentro havia jóias. O Márcio colocou aquilo tudo num saco e lá foi ele com o saco às costas, de volta a casa.
 Ricardo Madaíl 3º ano,  nº18
O MISTÉRIO
Era uma vez um menino que se chamava Roberto. O Roberto viu um menino a lançar um papagaio e pensou fazer também um.
Ele quando acabou de fazer o seu papagaio foi lançá-lo, mas ele não era resistente e o fio partiu. Ele viu umas rochas que brilhavam, no meio de outras rochas.
 Viu um papel amarelo e pensou:
- O que será aquilo?
Pegou no papel, abriu e naquele papel dizia:
- 1ª Pista - Vai à antiga casa Pôr-do-sol.
O Roberto foi à casa Pôr-do-sol e entrou.
Era um palácio partido. Continuou a andar e a tábua no chão levantou e uma porta abriu-se.
O menino com medo agarrou-se à parede e puxou uma argola, um tijolo abriu-se e o Roberto caiu lá para dentro.
Viu jóias que brilhavam muito, o Roberto pegou num saco e tirou todas as jóias e levou-as com ele.

                                  Amélia 3º ano






O mistério do tesouro
 
Era uma vez um menino chamado David. Ele era alto, magro e tinha uma camisola amarela, uns calções verdes e uns sapatos azuis. Um dia ele foi dar um passeio e encontrou o seu primo a brincar com um papagaio de papel vermelho. Então ele pensou:
- Que giro papagaio vou fazer um para mim!
Ele fez o seu papagaio e um dia estava a brincar com ele e de repente reparou que se tinha partido. Ele estava muito triste e passava os dias a choramingar, mas passado algum tempo encontrou um papel no chão junto a uma rocha e disse:
- Que giro papel! Vou fazer um papagaio com ele.
O menino abriu o papel e reparou que não era um papel qualquer, era um mapa de tesouro. Ele seguiu todas as instruções do mapa e foi parar a uma casa abandonada. Chegou lá, abriu uma porta, entrou e viu que era uma casa muito bonita mas estava muito desarrumada. Continuou a andar e a certa altura ele passou por uma tábua que estava no chão e uma porta abriu-se. Ele entrou e viu numa parede uma argola e puxou-a com muita força e um pouco depois a tijoleira abriu-se e lá dentro tinha um belo tesouro.

  Autora
     Ana Carolina Correia Lopes
3ºAno      

OFFICIAL Somewhere over the Rainbow - Israel "IZ" Kamakawiwoʻole

http://youtu.be/V1bFr2SWP1I

FRASE DO DIA

"Compreender é perdoar."

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Homem mais pequeno do mundo mede 59,93 centímetros

http://www.dn.pt/inicio/globo/interior.aspx?content_id=1876071

Identificadas zonas de Marte onde vida é mais provável

http://www.dn.pt/inicio/ciencia/interior.aspx?content_id=1876495
http://www.dn.pt/inicio/ciencia/interior.aspx?content_id=1876495

Primeira vaca clonada com dois genes humanos

http://www.dn.pt/inicio/ciencia/interior.aspx?content_id=1875953

Danos nos oceanos podem ser irreversíveis

http://www.dn.pt/inicio/ciencia/interior.aspx?content_id=1874315&seccao=Biosfera

Danos nos oceanos podem ser irreversíveis

http://www.dn.pt/inicio/ciencia/interior.aspx?content_id=1874315&seccao=Biosfera

Progressos na investigação da doença renal grave

http://www.dn.pt/inicio/ciencia/interior.aspx?content_id=1874346&seccao=Sa%FAde

Danos nos oceanos podem ser irreversíveis

http://www.dn.pt/inicio/ciencia/interior.aspx?content_id=1874315&seccao=Biosfera

Apple vai construir escritório em forma de nave espacial

http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=5999546779903987081

quarta-feira, 1 de junho de 2011

DIA MUNDIAL DA CRIANÇA

Dia Internacional da Criança
O mundo comemora Hoje, 1 de Junho, o Dia Internacional da Criança, instituído pelas Nações Unidas, para chamar a atenção dos adultos a uma maior preocupação com o bem-estar delas, até a ocupação dos tempos livres.
Ao contrário do que muitos pensam, o Dia Mundial da Criança não é só uma festa onde elas ganham presentes, mas sim uma data de reflexão em torno das centenas de petizes que continuam a sofrer de maus-tratos, doenças, fome e discriminações.
Depois da 2ª Guerra Mundial, em 1945, muitos países da Europa, do Médio Oriente e a China entraram em crise, ou seja, não tinham boas condições de vida, e as crianças dessas nações viviam muito mal porque não havia comida e os pais estavam mais preocupados em voltar à sua vida normal do que com a educação dos filhos. Alguns nem pais tinham.
Como não tinham dinheiro, muitos pais tiravam os filhos da escola e punham-nos a trabalhar, as vezes durante muitas horas e a fazer coisas muito duras.
Por esse motivo, em 1946 um grupo de países da Organização das Nações Unidas (ONU) começou a tentar resolver o problema. Foi assim que foi criado o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF).
Apesar da sua criação, era difícil trabalhar para as crianças, uma vez que nem todos os países do mundo estavam interessados nos direitos da criança, daí que, em 1950, a Federação Democrática Internacional das Mulheres propôs às Nações Unidas que se criasse um dia dedicado às crianças do mundo.
Foi assim que o dia foi comemorado no Mundo, pela primeira vez, a 1 de Junho de 1950. Com a criação deste dia, os estados-membros das Nações Unidas reconheceram às crianças, independentemente da raça, cor, sexo, religião e origem nacional ou social o direito a afecto, amor e compreensão; alimentação adequada; cuidados médicos; educação gratuita; protecção contra todas as formas de exploração; crescer num clima de Paz e Fraternidade universais.
Só nove anos depois, a 20 de Novembro de 1959, os direitos das crianças passaram para o papel e várias dezenas de países que fazem parte da ONU aprovaram a "Declaração dos Direitos da Criança”.
Trata-se de uma lista de 10 princípios que, se forem cumpridos, podem fazer com que todas as crianças do mundo tenham uma vida digna e feliz.
Então, quando a "Declaração" fez 30 anos, em 1989, a ONU aprovou também a "Convenção sobre os Direitos da Criança", que é um documento muito completo (54 artigos), com um conjunto de leis para protecção dos mais pequenos.
Esta declaração é tão importante que em 1990 se tornou lei internacional.
Eis os dez princípios da “Declaração dos Direitos da Criança:
Princípio 1º
Toda criança será beneficiada por estes direitos, sem nenhuma discriminação de raça, cor, sexo, língua, religião, país de origem, classe social ou situação económica. Toda e qualquer criança do mundo deve ter seus direitos respeitados!
Princípio 2º
Todas as crianças têm direito à protecção especial e a todas as facilidades e oportunidades para se desenvolver plenamente, com liberdade e dignidade. As leis deverão ter em conta os melhores interesses da criança.
Princípio 3º
Desde o dia em que nasce, toda a criança tem direito a um nome e uma nacionalidade, ou seja, ser cidadão de um país.
Princípio 4º
As crianças têm direito a crescer e criar-se com saúde. Para isso, as futuras mães também têm direito a cuidados especiais, para que seus filhos possam nascer saudáveis. Todas as crianças têm também direito à alimentação, habitação, recreação e assistência médica.
Princípio 5º
Crianças com deficiência física ou mental devem receber educação e cuidados especiais exigidos pela sua condição particular. Porque elas merecem respeito como qualquer criança.
Princípio 6º
Toda a criança deve crescer num ambiente de amor, segurança e compreensão. As crianças devem ser criadas sob o cuidado dos pais, e as mais pequenas jamais deverão separar-se da mãe, a menos que seja necessário (para bem da criança). O Governo e a sociedade têm a obrigação de fornecer cuidados especiais para as crianças que não têm família nem dinheiro para viver decentemente.
Princípio 7º
Toda a criança tem direito a receber educação primária gratuita, e também de qualidade, para que possa ter oportunidades iguais para desenvolver as suas habilidades. E como brincar também é uma boa maneira de aprender, as crianças também têm todo o direito de brincar e de se divertir!
Princípio 8º
Seja numa emergência ou acidente, ou em qualquer outro caso, a criança deverá ser a primeira a receber protecção e socorro dos adultos.
 Princípio 9º
Nenhuma criança deverá sofrer por negligência (maus cuidados ou falta deles) dos responsáveis ou do Governo, nem por crueldade e exploração. Não será nunca objecto de tráfico (tirada dos pais e vendida e comprada por outras pessoas). Nenhuma criança deverá trabalhar antes da idade mínima, nem deverá ser obrigada a fazer actividades que prejudiquem a sua saúde, educação e desenvolvimento.
Princípio 10º
A criança deverá ser protegida contra qualquer tipo de preconceito, seja de raça, religião ou posição social. Toda criança deverá crescer num ambiente de compreensão, tolerância e amizade, de paz e de fraternidade universal.


FRASE DO DIA

"A fé na razão está sujeita a parecer racionalmente tão insustentável como qualquer outra fé."

Marte teve formação rápida

http://www.dn.pt/inicio/ciencia/interior.aspx?content_id=1866699

Uso de telemóveis "possivelmente cancerígeno"

http://www.dn.pt/inicio/ciencia/interior.aspx?content_id=1866457&seccao=Sa%FAde

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Planeta Marte formou-se em tempo recorde

http://www.jn.pt/PaginaInicial/Sociedade/Interior.aspx?content_id=1861462

"Planking" - A nova tendência bizarra da Internet

http://www.dn.pt/inicio/ciencia/interior.aspx?content_id=1857060&seccao=Sabia que

Dia da Biodiversidade assinalado em todo o país

http://www.dn.pt/inicio/ciencia/interior.aspx?content_id=1858558&seccao=Biosfera

Windows 8 vai ser lançado no próximo ano

http://www.dn.pt/inicio/ciencia/interior.aspx?content_id=1859990&seccao=Tecnologia

NASA anuncia futuro da exploração espacial americana

http://www.dn.pt/inicio/ciencia/interior.aspx?content_id=1861332&seccao=Tecnologia

FRASE DO DIA

"A coragem real é mais paciente que audaciosa."

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Cientistas dizem que descobriram o gene da felicidade

http://www.dn.pt/inicio/ciencia/interior.aspx?content_id=1848762&seccao=Sa%FAde

Bebé chinês nasce com duas cabeças

http://www.dn.pt/inicio/ciencia/interior.aspx?content_id=1848600&seccao=Sa%FAde

Serviço online para guardar música em qualquer suporte

http://www.dn.pt/inicio/ciencia/interior.aspx?content_id=1849122&seccao=Tecnologia

Indonésia garante proteger habitat do tigre de Sumatra

http://www.dn.pt/inicio/ciencia/interior.aspx?content_id=1848444&seccao=Biosfera

FRASE DO DIA

O tédio é a desgraça das pessoas felizes
Walpole, Horace

sexta-feira, 6 de maio de 2011

O Barco do Avô- Conto Popular
Marisa vivia com a mãe e o avô numa casita com vista para o mar.
O avô era pescador e navegava no seu barquito, que tinha uma vela castanha, pelas águas do porto.
Umas vezes, o avô pescava perto da costa e Marisa gostava de ver o barquito serpentear por entre as rochas e as enseadas da baía. Noutras, partia ao cair da noite e então Marisa ficava a ver o barco embrenhar-se no vermelho dourado do crepúsculo. A seguir ia para a cama, satisfeita por saber que, quando o Sol despertasse por detrás dos montes, veria a vela castanha regressar à luz ténue da aurora.
Quando isso acontecia, Marisa e a mãe desciam até à ponta do molhe para se despedirem dele com grandes acenos, e o barco, levado pelo movimento da maré, mergulhava na neblina do horizonte, parecendo afundar-se naquela imensidão de onde apenas emergia a ponta do seu mastro.
Depois, quando o próprio mastro desaparecia, Maria e a mãe ficavam completamente sós.
— Ele vai voltar — prometia-lhe sempre a mãe. Por vezes, Marisa até sabia em que maré ele iria regressar, e nessas alturas corria para o cimo do monte que ficava por detrás da casa e não tirava os olhos do mar até a ponta do mastro surgir no horizonte.
— Vem aí o avô, vem aí o avô! — gritava entusiasmada.
Então, ela e a mãe corriam para a ponta do molhe para acenarem para o barco cuja vela castanha se agitava cada vez mais perto até que, por fim, tornavam a ver a cara sorridente do avô.
Também havia alturas em que os dias passavam sem ele voltar, o que deixava a mãe de Marisa muito preocupada:
— Estamos na época das tempestades — explicava então Marisa — e o avô pode ainda demorar sabe-se lá quanto tempo.
No entanto, continuava à espera de o ver regressar.
— Se a viagem foi perigosa, o avô ainda estará mais ansioso por nos ver — dizia.
Marisa aprendeu a reconhecer quando a maré estava alta, pois era a altura mais propícia para o barco entrar no porto. Era então que ia à procura dele.
Chegava a passar uma semana à espera ou mesmo duas... mas acontecia sempre o mastro aparecer e o avô voltar.
— Às vezes desejo que o avô não saia para o mar para não nos deixar sozinhas — disse-lhe Marisa após uma viagem que tinha durado vários dias.
— Vou fazer-te a vontade — suspirou o velho. — Já não sou tão forte como era dantes e por isso não me atrevo a ir para tão longe como costumava. A partir de agora não me afastarei muito... ando de cá para lá e de lá para cá durante o dia, enquanto a maré me ajudar.
De início, Marisa ficou satisfeita porque assim tinha mais tempo para estar com o avô. Porém, começou a reparar que, de dia para dia, ele estava cada vez mais frágil e debilitado, e quase já não saía de casa.
— O avô já não vai para o mar? — perguntou Marisa ansiosamente.
— O único barco em que eu agora irei navegar é o que me levará para o outro mundo — respondeu o avô a sorrir.
Marisa suplicou-lhe:
— Não vá! Nunca vá para lá! — disse-lhe a chorar.
— Essa é a viagem para que eu sempre vivi — retorquiu-lhe serenamente o avô. — Explorei tudo o que me apeteceu neste mundo e agora anseio por descobrir o outro.
Pouco tempo depois o avô de Marisa morreu. O sino da igreja da vila repicou solenemente quando o enterraram no cemitério que dava para o mar.
— Adeus, avô — sussurrou Marisa à terra escura.
A seguir correu sozinha para a ponta do molhe.
— Adeus, avô — gritou à maré que baixava rapidamente. — Adeus, adeus.
As águas foram-se afastando da costa e ela permaneceu à espera, tanto tempo quanto o barco do avô costumava levar até desaparecer no horizonte longínquo. Entretanto, chegou a mãe que se sentou a seu lado.
— Já não o podemos ver — disse tristemente a mãe. — Mas creio que numa costa distante, numa outra terra, haverá alguém que o estará a ver chegar.
Lois Rock (org.)
Contos e Lendas da tradição cristã
Lisboa, Editorial Verbo, 2006

O mito do QI

http://www.jn.pt/PaginaInicial/Sociedade/Interior.aspx?content_id=1844297

FRASE DO DIA

O tempo que passa não passa depressa. O que passa depressa é o tempo que passou
Ferreira, Vergílio
 
  

quarta-feira, 27 de abril de 2011

FRASE DO DIA

Educação é o que resta depois de ter esquecido tudo que se aprendeu na escola." Albert Einstein

terça-feira, 26 de abril de 2011

90 por cento do urânio ainda está em Tchernobil

http://www.dn.pt/inicio/ciencia/interior.aspx?content_id=1836919

População rinoceronte em vias de extinção está a recuperar

http://www.dn.pt/inicio/ciencia/interior.aspx?content_id=1836626&seccao=Biosfera

Perito: Não é recomendável enviar mulheres a Marte

http://www.dn.pt/inicio/ciencia/interior.aspx?content_id=1837010

Flor-cadáver mostra esplendor...e cheiro na Suíça

http://www.dn.pt/inicio/ciencia/interior.aspx?content_id=1837110&seccao=Biosfera

Anti-inflamatórios reduzem eficácia de antidepressivos

http://www.dn.pt/inicio/ciencia/interior.aspx?content_id=1837545&seccao=Sa%FAde

sexta-feira, 15 de abril de 2011

BRINCAR ÀS GUERRAS


― Está muito calor para jogar basquete. Vamos fazer outra coisa ― sugeriu Luke.
Os amigos sentaram-se à sombra do salgueiro a decidir o que fazer.
― Tens mais balões de água? ― perguntou Danny.
― Não ― respondeu Luke. ― Quem me dera ter.
― Podemos jogar jogos de vídeo ― sugeriu Sameer, com um sorriso rápido.
― Não, não podemos ― disse Luke. ― A minha mãe disse que tínhamos de brincar ao ar livre.
― Já sei! ― exclamou Jeff. ― Vamos brincar às guerras!
Luke levantou-se logo.
― Que óptima ideia! ― concordou.
― E se fôssemos andar de bicicleta? ― sugeriu Jen.
― Não, nem pensar ― atalhou logo Jeff. ― A guerra é melhor! Há muito que não brincamos.
E Luke acrescentou:
― Podemos esconder-nos e fazer uma emboscada. Jen, tu és boa a atirar granadas.
Jen sorriu. Luke pegou num pau e traçou uma linha no chão poeirento. De um lado escreveu um grande S e do outro desenhou um I.
― Temos de nos dividir em duas equipas, Soldados e Inimigos.
Depois tirou o boné e pô-lo no meio da linha.
Jen explicou as regras a Sameer:
― Todos temos de pôr alguma coisa dentro do chapéu. Depois despejamo-lo em cima da linha e vemos quem faz de Soldado e quem faz de Inimigo, conforme o sítio onde os objectos caem. Vais ver que o Luke põe a sua placa de identificação militar. Faz sempre isso.
― O que é uma placa de identificação militar? ― perguntou Sameer.
Sameer tinha vindo de um outro país para viver com os tios. Tinha aprendido a jogar basquetebol bem depressa, mas não sabia brincar às guerras. Luke mostrou-lhe uma placa de metal brilhante que tinha ao pescoço.
― É isto. Era do meu tio. Ele já esteve numa guerra a sério e, quando voltou, deu-ma. Os soldados andam sempre com ela. É muito importante.
 Sameer esfregou a placa brilhante com os dedos.
― Não tenho uma igual ― disse.
― Não faz mal. Ninguém tem ― consolou-o Luke. ― Podes pôr outra coisa qualquer no chapéu. A Jen vai colocar uma pedra e o Danny põe um cromo de basebol.
Sameer remexeu no bolso e tirou de lá um pião.
― Posso usar isto?
― O que é isso? ― perguntou Danny.
― É um pião ― respondeu Sameer. ― Vocês não têm disto aqui?
 Tirou um cordel do bolso e continuou:
― Lá no meu país havia muitos.
De repente, o pião rolou aos pés deles. Sameer atirou-o ao ar, apanhou-o a girar e colocou-o no boné de Luke.
― Que espectáculo! ― disse este.
Depois virou o boné com um gesto rápido e anunciou:
― Os Soldados são Danny, Jen e Jeff. Os Inimigos são o Sameer e eu.
Antes mesmo de os outros se terem mexido, Luke correu pela encosta abaixo, gritando:
― Os Inimigos vão para o pinhal. Os Soldados ficam aqui.
Jen queixou-se:
― Não é justo começar a guerra antes de estarmos prontos!
― Como nos preparamos para uma guerra? ― perguntou Sameer, logo que chegaram às árvores.
― Apanha paus para fazerem de armas e pinhas para fazerem de bombas e granadas. Temos de ter um plano de ataque.
Dentro de alguns minutos, o boné de Luke estava cheio de pinhas. Sameer só tinha uma.
― Só tens uma? ― admirou-se Luke.
― Acho que chega.
― Talvez para ti. Quanto a mim, tenciono arrancar-lhes a cabeça!
Sameer deu a sua pinha a Luke e disse:
― Lembrei-me agora de que tenho de ir cedo para casa.
Virou costas e deixou o amigo ali especado.
― Espera! ― gritou Luke. ― Não posso ser o único Inimigo! São muitos contra um!
Mas Sameer já tinha desaparecido.

Quando os miúdos se juntaram de novo na manhã seguinte, o plano de Luke estava pronto. Tinha apanhado montes de pinhas atrás de casa e tinha-as escondido no pátio. Estava ansioso por começar. Comentou para Sameer:
― Quem me dera que houvesse uma guerra para miúdos. Uma guerra a sério.
― E há ― disse o amigo, em voz baixa.
― O quê? Onde? ― quis saber Luke.
― No meu país.
Sameer pegou numa bola de basquete, driblou e encestou.
― No sítio onde vivias? ― perguntou Luke.
― Sim, perto da minha casa verdadeira, antes de vir viver com o meu tio Mustafa. Até participei nela.
― Nela o quê?
― Na guerra.
― Estás a brincar! Nunca nos contaste nada. Tinham meninos-soldados e metralhadoras?
Sameer deixou cair a bola e sentou-se junto de Jen. Embora tivessem brincado bastante juntos este Verão, nenhum deles sabia muito sobre o outro.
― Não gosto de falar sobre isso ― confessou Sameer. ― Eu não era soldado. Ninguém na minha família era. Entrámos na guerra porque fizeram a nossa casa ir pelos ares.
― Quem fez? ― perguntou Jeff.
― Não sabemos. Havia muitos tiros a serem disparados de ambos os lados.
O menino pegara, entretanto, no pião, e começara a enrolar o cordel em torno dele.
― Os meus pais e o meu irmão estavam em casa quando morreram. Como eu estava na escola, salvei-me e vim viver com o meu tio Mustafa.
― Mas, porque atacaram a tua família? ― sussurrou Jen.
― Foi um engano. Não planeavam atacar-nos. O meu tio disse que os morteiros deviam ter atingido outras casas.
Todos olharam para ele. Ninguém sabia o que dizer. Sameer falava de algo que eles nem imaginavam que existisse.
― Foi um erro terrível ― disse Luke, por fim.
Sameer concordou com a cabeça.
― Quem me dera que nunca tivesse acontecido.
Ao ouvir a história de Sameer, Luke teve vontade de chorar. Por momentos, ficou apenas a olhar para o pião do amigo. Depois, foi até à linha divisória que traçara no chão e apagou as letras S e I, bem como a própria linha.
― Não vamos jogar mais? ― quis saber Danny.
― Vamos ― respondeu Luke, pondo o braço em torno de Sameer. ― Vamos jogar basquete.
Depois olhou para os amigos e disse:
― Está muito calor para guerras.


Kathy Beckwith
Playing War
Maine, Tilbury House, 2005
(Tradução e adaptação)